terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Crítica de Paulo Manata Fixe


A Arte em Mim
A pintura de Conceição Ruivo e a emancipação dos sonhos.
 
 
A Artista
Conceição Ruivo artista plástico portuguesa, com mais de quarenta anos de carreira.
Exposições individuais e colectivas em varias partes do mundo, presente em colecções particulares e publicas, assim como obra publica.
De salientar ainda a dimensão associativista como artista e como cidadã, enquanto membro fundadora da Magenta (associação de artistas da Figueira da Foz) da qual foi presidente, e presidente fundadora da AAAGP, associação de amizade e das artes galego portuguesa, e professora de artes no ensino secundário.
 
A Obra
Há uma dimensão surreal, sem ser surrealista, na pintura de Conceição Ruivo.
As telas de C.R. são mais pedaços de sonhos do que figuração do real.
É esta síntese que torna a sua pintura única. Nela constam todos os elementos do real: O homem, o barco, o rio, a vinha e o fado. Mas misturados na cor ou até na sua quase ausência, na deformação subtil das formas e aqui recordo a Guitarra Curvilínea,  as mãos. Esta é a parte do sonho.
Quando olho as telas de C.R. sou transportado para um sonho, ou melhor dizendo, o sonho é transportado para mim… a pintura de C.R. vive desta ambiguidade. Conceição Ruivo pela sua arte e pela sua técnica, permite aos sonhos emanciparem-se!
Não obstante considerar que o tipo de pintura não esta directamente dependente do género do pintor, existe nesta pintura uma sensibilidade, uma subtileza e uma força, que nos denuncia que a mão por detrás do pincel, é feminino.
Mas há uma terceira dimensão na sua pintura. E utilizo o termo terceira dimensão no sentido literal do termo.
A utilização quase obsessiva da técnica mista onde o tecido se apresenta como “primo inter pares” na hierarquia de materiais que compõem as telas, é que lhe confere esta capacidade de transformar imagens em objectos artísticos tridimensionais, diria até esculturais.
Não nos espante esta obsessão pelo tecido! Faz parte das origens da artista, da sua formação académica.
Apetece tocar nas obras de CR, porque elas tem essa existência para alem da visual, o que num mundo do virtual em que vivemos, é significativo enquanto afirmação de contracultura.
Inovar hoje, passará sem dúvida por um regresso as origens! 


Paulo Manata Fixe
(Artista Plástico e Poeta)

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